Entrega do Prêmio Maria Luiza Dadalto celebra o movimento apaeano

Uma manhã marcada pela celebração ao movimento apaeano e às pessoas com deficiência intelectual e/ou múltipla e autismo. Assim foi a entrega do 8º Prêmio Maria Luiza Dadalto, realizada na última quinta-feira (24), no Palácio Anchieta, pela Federação das Apaes do Estado do Espírito Santo (Feapaes-ES), junto com o Governo do Estado.
O evento contou com a participação de Apaes e Coirmãs, Associações Pestalozzi e outras instituições ligadas à pessoa com deficiência de todo o estado, dos autodefensores Paula Conceição do Nascimento e Carlos Alberto Schaffel, da diretoria e da equipe da Feapaes-ES, e autoridades, entre eles o governador Renato Casagrande e a primeira Dama Virginia Casagrade.
Em 2023, os homenageados são José Boldrini e Octacilio Geraldo do Carmo Filho, além da empresa EDP, parceira na captação de recursos para o movimento apaeano.
A manhã começou com muita música da Banda Fanfacongo, da Apae Cariacica, que faz uma mistura de ritmos como a fanfarra, o maracatu, a capoeira e o congo desde 2003. “Estamos muito felizes de fazer parte desse dia tão especial, celebrando não a semana das pessoas com deficiência, mas da eficiência”, comentou mestre Jefinho, que lidera o grupo. Na sequência, mais música com o Projeto Arte de Dança, da Serra, que levantou a plateia com apresentações que foram do axé ao funk.
As falas de todos os presentes tiveram um ponto em comum: a exaltação das pessoas com deficiência e sua capacidade de ocupar qualquer espaço. “Não queremos piedade, queremos oportunidade. A Semana Nacional da Pessoa com Deficiência é um momento de luta, de lembrarmos à sociedade que a pessoa com deficiência pode estar onde bem quiser”, ressaltou a autodefensora Paula Conceição do Nascimento.
Já o presidente da Feapaes-ES, Vanderson Gaburo, iniciou a sua fala homenageando Eduardo Barbosa, que faleceu na véspera do evento. Eduardo foi presidente da Federação Nacional das Apaes e da Feapaes de Minas Gerais, além de uma das maiores lideranças em defesa das pessoas com deficiência no Brasil.
Ele mencionou ainda a importância de aproveitar datas como a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência para debater o assunto e reconhecer o papel de cada um de nós em busca de real inclusão.
 
“A responsabilidade por construir uma sociedade inclusiva é de todos, pessoas com deficiência, famílias, movimentos sociais, poder público, empresas, religiões, entre outros“, afirmou.
O governador Renato Casagrande lembrou da própria trajetória junto às Apaes, iniciada em Castelo, sul do estado, e ressaltou a parceria entre o movimento e o Governo do Estado. “Vocês estarem aqui hoje é uma prova dessa parceria. Estamos juntos em busca dessas melhorias para todas as pessoas com deficiência”, afirmou Casagrande.
 
Os homenageados
Um dos homenageados na categoria pessoa física da 8ª edição do Prêmio Maria Luiza Dadalto, José Boldrini conhece o movimento apaeano como poucos. Pai de uma pessoa com deficiência, ele dedicou a maior parte de sua vida à causa. Participou da fundação da Apae Vitória e exerceu diversos cargos ao longo dos anos. Na Federação, atuou como Primeiro Diretor Financeiro da Federação das Apaes do Espírito Santo nos períodos de 2012 a 2017, também participando de comissões internas em Apae da região centro.
O outro homenageado na categoria pessoa física começou a trabalhar em prol das pessoas com deficiência em 1991, na Pestalozzi. Octacilio Geraldo do Carmo Filho nasceu e cresceu em Varge Alta, sempre cercado por pessoas envolvidas com o cuidado e amor ao próximo. Hoje, integra a diretoria executiva da Federação das Associações Pestalozzi do Estado do Espírito Santo (Fepestalozzi-ES).
A terceira homenagem do Prêmio Maria Luiza Dadalto foi concedida para a EDP. A empresa foi representada pelo diretor-geral no Espírito Santo, Fernando Saliba. A EDP apoia o movimento apaeano há mais de 20 anos, através do recolhimento de doações pela conta de energia elétrica.
“Eu represento a EDP em muitas homenagens, mas essa me emociona de maneira especial. Temos muitas pessoas com deficiência entre nossos funcionários, não porque temos que cumprir cotas legais, mas porque essas diferenças nos fazem mais fortes. Temos muito orgulho de tê-los entre nós”, afirmou Fernando Saliba.
 
Sobre o prêmio
O Prêmio Maria Luiza Dadalto chega à 8ª edição reconhecendo o apoio de pessoas e instituições que integram o movimento apaeano. Iniciado em 2014, o evento foi suspenso durante a pandemia, mas retornou em 2022.